Hortas comunitárias entusiasmam moradores da Barra

Hortas comunitárias entusiasmam moradores da Barra O ditado popular diz que “quem planta o bem, colhe o bem”. E iniciativas recentes mostram que muitos moradores da Barra estão dispostos a concretizar a frase. Duas hortas comunitárias, uma montada pelo surfista Carlos Burle e seus vizinhos há cinco meses, e outra recém-iniciada, na Cidade das Artes, suscitaram o engajamento de pessoas interessadas em melhorar a alimentação, fazer um trabalho colaborativo e trocar experiências. Inspirado no Havaí, onde a terra vulcânica se torna área extremamente fértil, Carlos Burle resolveu transformar um terreno de sua propriedade no condomínio Vivendas Caça e Pesca em horta. A ideia atraiu oito famílias vizinhas, que logo viram o resultado do seu trabalho. Eles já colhem couve, rúcula, sálvia, alface, tomate, cenoura e alecrim. — A maior dificuldade é aproveitar tudo, porque as plantas crescem muito rapidamente — brinca Burle. — Todo mundo trabalha um pouco. A criançada se amarra e também aprende sobre as plantas. A horta logo se transformou em área de convivência do condomínio, e foi batizada de Good Karma. Uma das paredes recebeu uma pintura temática, de Rafael Uzai, amigo de Burle. Em outra, a moradora Regina Fontoura pintou a frase “Amor e gratidão”. Filha de Regina, Flavia diz que todos do projeto passaram a se alimentar melhor: — Não tem preço colher a própria planta. Ligia Moura, mulher de Burle, conta que a ideia é ter na horta, também, alimentos que possam originar uma farmácia caseira. — A sálvia pode ser usada como descongestionante, e o alecrim, como antidepressivo. Já a tiririca, considerada praga, é um anti-inflamatório. Ainda queremos plantar outras ervas medicinais, como a babosa e a camomila — explica. Na Cidade das Artes, o projeto da horta comunitária, iniciado há uma semana, já atraiu cerca de 40 voluntários, que recebem orientação técnica de membros dos grupos La Sauge, francês, e Horta Nossa, do Rio. — Recebemos a proposta dos grupos e abraçamos a ideia — explica Leda Fonseca, coordenadora do Departamento de Educação da Cidade das Artes. — Nossa intenção é atrair mais público e apostar em atividades que unem arte e ações socioambientais. Finda a parte de planejamento, o grupo partirá para a ação. A horta, em volta do lago, terá árvores, hortaliças e cereais. Ainda há vagas para interessados, que devem escrever para o e-mail saladeleitura@cidadedasartes.org ou ligar para 3325-0448. Os encontros são das 14h às 17h, toda quarta-feira. — A horta vai ficar bem bonita, e ser também de convivência — diz Leda. (O Globo) < Voltar