Mudança de padrão familiar tem interferido na busca por imóveis
Especialista em geomarketing explica que a formatação tradicional, com pai, mãe e dois filhos, não é mais regra no Brasil
Uma família constituída por pai, mãe e dois filhos, conhecida como um padrão tradicional, tem mudado no Brasil. Segundo o professor da ESPM, João Eduardo Caetano, pessoas estão tendo menos filhos ou optando por viverem sozinhas, o que mudou, também, a busca pelo imóvel ideal.
O palestrante abordou o tema "Geomarketing - O marketing perfeito", durante o Seminário da Indústria da Construção Civil - Santos e Região, realizado nesta terça-feira (22), no auditório do Grupo Tribuna, em Santos.
De acordo com o especialista, o brasileiro tem buscado apartamentos menores, desde que a região possua uma infraestrutura melhor, com mobilidade urbana.
Os estudos são realizados com base nos dados do Censo, divulgados pelo IBGE. Desta forma, é possível definir a tendência para qual a sociedade brasileira está se guiando.
"São mudanças estruturais. Não é possível dar certeza, mas a possibilidade é que ela se sustente por bastante tempo. Esse sistema já foi demonstrado em países como Japão e Holanda. Não vemos reversão dessa tendência de famílias menores. Nós não podemos dizer que isso será homogêneo, mas temos a capacidade de identificar onde isso é mais ou menos intenso", explicou Caetano.
Segundo ele, o brasileiro não busca mais a segmentação dos cômodos, mas tem pensado em cômodos multipropósito.
"Nós vemos naqueles castelos antigos da Europa. Tinha a sala de jantar, a sala de música, sala de leitura. Isso não existe mais. O brasileiro está procurando muito mais por cômodos multipropósito, o que torna a distribuição da casa mais inteligente", disse o pesquisador.
Questionado sobre o cenário em Santos, onde existe um grande número de pessoas acima dos 50 anos, João Eduardo Caetano falou que esses imóveis refletem outra realidade.
"A maior parte dessa população não comprou um imóvel para si. Ele foi comprado quando ele tinha uma outra composição familiar, que pode não refletir a realidade atual. Hoje, a preferência é por imóveis menores", disse o professor.
Via A Tribuna
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