Espaço Pet é tendência em condomínios residenciais

Que eles ocupam lugar de destaque no coração de seus donos, ninguém duvida. Os animais de estimação fazem parte das famílias brasileiras.

Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 46,1% dos domicílios possuem pelo menos um cachorro. Já os gatos estão em 19,3% dos lares brasileiros. Ao todo cães e gatos estão presentes em 47,9 milhões de domicílios. Já os números levantados pelo IBGE e atualizados pela inteligência comercial do Instituto Pet Brasil apontam que cada vez mais pessoas e famílias buscam um animal de estimação para companhia, dar e receber afeto.

Com base em levantamentos do IBGE, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) revela que o país ocupa a terceira colocação em número de animais domésticos e só perde para China (417 milhões) e Estados Unidos (232 milhões). Os números de 2018 indicam a presença de 139,3 milhões desses animais. São 54,2 milhões de cães, 39,8 milhões de aves, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes e 2,3 milhões de outras espécies (répteis, anfíbios e pequenos mamíferos). O Brasil já tem mais cães e gatos do que crianças em seus lares, segundo o IBGE.

Atento a demanda, o mercado imobiliário lança projetos com espaço pet – áreas dedicadas especialmente aos moradores de quatro patas. E os nomes são variados: pet park, pet play, pet garden. Em comum, o bem-estar dos bichinhos.

A arquiteta e urbanista Juliana Elias comenta que os projetos arquitetônicos acompanham a demanda das famílias e os espaços pet em empreendimentos imobiliários já são considerados um diferencial na hora da escolha pelo imóvel. “Espaços assim facilitam a rotina com os pets, trazendo mais qualidade de vida para eles e seus donos”, pontua.

Opinião compartilhada pelo médico veterinário Joaquim Diogo, que orientou projetos de pet park em condomínios horizontais em Cuiabá. Para ele, itens como o conforto e a disponibilização dos brinquedos para as atividades em distâncias adequadas devem ser cuidadosamente observados.

“Um espaço com obstáculos e desafios para o pet brincar e gastar energia é saudável, além claro do pet park oferecer um local destinado ao passeio diário para os pets, com espaço para ele correr e brincar”, comenta o médico veterinário. “Outra dica é quanto ao horário dos passeios, que devem privilegiar o início da manhã ou fim de tarde, por conta do calor e da temperatura do chão”, alerta.

Até um tempo atrás, muitas dúvidas persistiam se pet em condomínios poderia ou não transitar em áreas comuns.

As decisões da Justiça mostram que o condomínio não pode proibir o morador de ter um animal de estimação. A proibição só é válida para casos em que o animal representar risco à segurança, à higiene ou à saúde dos demais moradores.

De acordo com o artigo 1.335, inciso I, do Código Civil, é direito do condômino usar, fruir e livremente dispor de suas unidades. Por isso, impedir esse direito, quando seguidas as devidas regras, é inconstitucional. Nem mesmo as regras internas, como a convenção do condomínio, pode sugerir tal proibição. É possível determinar, entretanto, regras para as áreas comuns do condomínio.

Para a empresária Marlene Sylveira, dona de dois cães de pequeno porte, passear com os pets é compromisso diário, tal qual sua prática de atividade física.

Moradora de condomínio horizontal, ela comenta que os bichinhos ficam ansiosos para correr pela área verde e isso reflete no emocional dos cães. “Eles precisam se movimentar e brincar, são parte da família”, acrescentou.

O consultor de negócios Anderson Richard pontuou que a inserção de pet park nos novos projetos de condomínios residenciais veio atender uma demanda percebida em pesquisa com seus clientes e comunidade. “Para projeção dos novos projetos, é preciso ouvir as famílias em sua diversidade, perceber seus anseios. Nos condomínios mais recentes lançados, o espaço pet park tem chamado a atenção de quem tem bichinho de estimação ou sonha em ter”, finaliza.

Fonte: Viva o Condomínio

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