mentos da Cedae contribuem para desperdício de água na Zona Sul e no Centro

Vazamentos da Cedae contribuem para desperdício de água na Zona Sul e no Centro O estouro de uma tubulação da Cedae, no início da manhã desta terça-feira, assustou moradores da Rua Barata Ribeiro, em Copacabana. A água chegou a invadir a garagem de um prédio e, segundo funcionários, alcançou cerca de um metro e meio de altura. Este vazamento, no entanto, não foi o único presenciado pela equipe do GLOBO, na Zona Sul da cidade. Na Urca e em Botafogo, a situação de desperdício se repetiu. O mesmo ocorreu em Santa Teresa, na região central. Segundo dados de 2013 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, 30,4% da água distribuída pela Cedae é perdida no caminho. Rompimento em tubulações, falhas na manutenção e erros na medição dos hidrômetros são algumas das razões que levam ao desperdício, de acordo com o levantamento. Síndico do prédio em Copacabana que teve a garagem invadida pela água, Paulo Ferreira Lima disse que foi acordado pelo vigia noturno com a notícia do rompimento da tubulação: — Foi ele quem acordou os outros moradores do prédio e pediu para retirarem os carros da garagem, porque a água começou a invadir rapidamente. Em cerca de 20 minutos, ela já encheu. O relógio da energia e a bomba d’água ficam na garagem e ficaram submersos. De acordo com um engenheiro da Cedae que estava no local, o problema foi causado, provavelmente, pelo grande fluxo de veículos na região. Segundo ele, o excesso de peso em cima do asfalto pode ter provocado a quebra de canos. Em nota, a companhia informou que vai ressarcir os prejuízos dos moradores. Morador do edifício, o agropecuarista Marcelo Cardoso ajudou na retirada dos veículos da garagem. — Fui acordado antes das 5h da manhã e soube que a garagem estava inundada. Entrei lá, e a água já estava na altura da coxa. Eu consegui tirar dois carros, o meu e o da vizinha, e outras duas motos. As minhas duas bicicletas elétricas queimaram — lamentou. VAZAMENTOS TAMBÉM EM BOTAFOGO, SANTA TERESA E NA URCA Já na Rua Almirante Alexandrino, em Santa Teresa, um vazamento de água se estende por mais de 60 metros. Uma moradora que não quis se identificar disse que convive com o problema na porta de casa. Segundo ela, a situação está assim há um mês. — Eu já entrei no (site) “Reclame Aqui” e entrei em contato com a Cedae. Eles vêm, consertam, e o vazamento volta. A menos de dois metros dali, outro buraco já começa a aparecer e a vazar água, em um fluxo menor. De acordo com o mestre de cultura tradicional africana Aderbal Ashgun, o problema é recorrente na rua. A Cedae disse que esteve no local em junho e que voltará nesta quarta-feira para consertar o vazamento. — Isso é um problema antigo. Esse buraco está aí desde o carnaval, no mínimo. A importância da água é tão grande, um recurso valioso que está acabando, e somos obrigados a conviver com isso. Nós temos que pagar IPTU, ser uma janela para o mundo, sediar as Olimpíadas e conviver com o descaso — reclama. Na Rua Joaquim Caetano, na Urca, uma poça d’água atrapalha o biólogo Aureo Filho desde sexta-feira. Segundo ele, a Cedae já foi informada sobre o problema. A companhia afirma que visitou a rua nesta quarta e não encontrou nenhum vazamento. — O cano estourou de sexta para sábado. Cada vez o buraco está abrindo mais. Nós já ligamos para a Cedae, eles falaram que vão vir e nada. Não dá para ficar ligando o dia inteiro para insistir. No começo a água saía com menos intensidade e agora está aumentando. Algumas ruas depois, na Avenida Portugal, um vazamento que foi reparado, segundo moradores, há pouco mais de um mês, já voltou a jorrar água. — Há mais ou menos duas semanas foram feitas obras aqui nesse trecho do vazamento, asfaltaram algumas partes. O vazamento voltou logo depois que o conserto foi feito — afirma o corretor de imóveis Marcelo Medina. A Cedae informou que o serviço será refeito nesta quarta. Em Botafogo, a situação não é diferente. Na Rua General Góis Monteiro, o porteiro de um prédio afirma que um vazamento na rua persiste há quase vinte anos. Segundo a Cedae, uma vistoria detectou um “pequeno vazamento”, e o reparo seria feito “nas próximas horas”. — Esse vazamento tem o tempo que tenho de trabalho nesse prédio. Eles fizeram esse último reparo há mais ou menos uma semana e, logo depois, começou a vazar de novo. O buraco só aumenta com o fluxo de veículos aqui. (O Globo) < Voltar