ue das Águas, em Niterói, será reaberto ao público
Parque das Águas, em Niterói, será reaberto ao público
A história de Niterói está diretamente ligada à água. E não é só devido ao nome indígena, que significa Água Escondida: o desenvolvimento da cidade só foi possível depois da criação de um sistema para abastecer a população, nos idos de 1880. E é ao redor dele, o Reservatório da Correção — num terreno no Centro onde hoje está o desativado Parque das Águas — que será criado um novo espaço de lazer e cultura, com chance de ganhar status de point de happy hour. A revitalização da área — que inclui instalação de restaurante, iluminação especial e intervenções paisagísticas, com a implantação de um jardim sensorial — será concluída até junho do ano que vem, quando será reaberta ao público com extensa programação.
De acordo com o vice-prefeito, Axel Grael, a licitação para a escolha da empresa que fará as obras está marcada para o próximo mês. Serão investidos R$ 5 milhões, captados, via empréstimo, junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
— Essa área ficou por muito tempo fechada. A conservação nem está tão ruim, mas a ausência de gestão deu ao local fama de perigoso. Por isso, não atraía ninguém. O que nós estamos fazendo agora é um plano de gestão, para que todos venham aqui, com segurança, e vejam a maravilha que é — resume Axel.
ELEVADOR FACILITARÁ ACESSO AO ALTO DO MORRO
No acesso principal, atrás do edifício Tower 2.000, que fica ao lado da prefeitura, na Rua Visconde de Sepetiba, será construído um elevador para que deficientes físicos e idosos visitem o parque, já que, atualmente, para ir ao local é necessário subir uma longa escadaria. Uma rampa para a entrada de veículos motorizados que abastecerão o restaurante será feita pelo acesso da Rua Coronel Gomes Machado, próximo ao batalhão do Corpo de Bombeiros. O auditório no alto do morro também será reformado. O espaço será um centro de treinamento dos Núcleos de Defesa Civil nas Comunidades (Nudecs). Numa outra sala a ser reformada ficará a administração do parque. Estão programadas ainda atividades educativas sobre a importância do uso consciente da água.
O parque — instalado numa imensa área verde de 32 mil metros quadrados, cercada de muros de pedra entre as ruas Coronel Gomes Machado, São João e Waldenir Alves Machado — conta com espaço para atividades físicas, mesas para jogos e refeições, além de áreas planas e gramadas, em que poderão ser feitos piqueniques. Para tornar o local ainda mais atrativo, a Secretaria de Cultura prepara uma extensa programação, focada na música instrumental. Um dos maiores entusiastas da reabertura do Parque das Águas é o secretário Arthur Maia:
— Quando soube da possibilidade de abertura do parque, fiquei animado, por ser uma área pública, cercada de verde, com clima muito agradável e características que nenhum outro local no Centro da cidade tem. Ainda estamos fechando alguns detalhes, mas vamos ocupar o parque com apresentações de música instrumental no fim de tarde, próximo ao encerramento do expediente, para que as pessoas possam subir e aproveitar depois do trabalho.
Uma das maiores joias do parque é o Reservatório da Correção, com capacidade para nove milhões de litros de água, que abastece parte do Centro e da Zona Sul. Construído em 1880, foi o primeiro equipamento do tipo na cidade e responsável pelo desenvolvimento urbano na região. Antes, o povoamento era maior em São Domingos. Em 1992, o Plano Diretor de Niterói considerou o local como Área Especial de Interesse Ambiental e, em 2002, o Plano Urbanístico da Região das Praias da Baía instituiu na área um parque urbano. A localização do parque é adjacente à Área de Proteção do Meio Ambiente Urbano (Upau) do Centro.
— Uma de nossas metas é levar escolas ao parque para discutir, sobretudo, como se dá a captação de água para abastecer a cidade e a importância de economizá-la. Niterói recebe água captada em Imunana, no município de Guapimirim, a aproximadamente 50 quilômetros de distância — enfatiza Axel Grael.
O Globo
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