Como não levar o coronavírus para casa

Além disso, quando um dos moradores é infectado é necessário adotar medidas de proteção aos familiares   Levar o vírus para dentro de casa e infectar familiares é a grande preocupação de quem tem precisado ir trabalhar. Especialistas orientam que é necessário tomar sempre alguns cuidados ao retornar da rua para manter o ambiente doméstico livre.   Um deles é saber onde colocar os sapatos. De acordo com o médico infectologista Crispim Cerutti, também é preciso ficar atento com outros objetos que são levados para fora de casa.   "Os sapatos devem ser colocados num ponto neutro, próximo à saída da casa. Nunca circular com sapatos dentro do ambiente doméstico. Logo na entrada da casa, objetos como chaves, carteiras, bolsas devem ser colocados também em um ponto próximo à saída, da maneira como se lida com os calçados. Todas as roupas devem ser retiradas logo ao entrar em casa, para serem lavadas e a pessoa deve tomar um banho", orientou o especialista.   O médico destacou também como devem ser os cuidados com as roupas sujas dos infectados pelo novo coronavírus e com os resíduos produzido por eles. "O lixo que ela gerar deve ser tratado de forma separada do restante da casa. Então, de preferência, ela empacotar o lixo dentro do seu próprio aposento e, na via de saída do aposento, ser colocado um outro invólucro, um outro saco plástico, envolvendo esse lixo gerado. Roupas todas lavadas em separado também. Obviamente, depois de lavadas, não tem problema, mas as roupas sujas, até serem submetidas ao processo de lavagem, devem ser manejadas separadamente", ressaltou.   Tais medidas também são necessárias para evitar que os profissionais responsáveis pela coleta desses resíduos peguem a covid-19, como funcionários de condomínio e trabalhadores da limpeza do município.   Contágio em casa   Além disso, quando um dos moradores da casa é infectado pelo coronavírus, há a preocupação de não transmitir a covid-19 para os familiares. Foi o que aconteceu com a operadora de caixa Camila Dettman, de 28 anos, que começou a apresentar sintomas da doença há exatamente um mês.   Ela conta que começou a se sentir mal no dia 2 de maio e, por orientação médica, passou as duas semanas seguintes dentro do seu quarto, sem contato com os familiares, que moram no mesmo apartamento, no bairro Praia de Itaparica, em Vila Velha.   "No começo, eu senti muita dor de cabeça e depois foi se agravando mais, com dores no corpo. Depois veio a febre, a tosse, a coriza. Depois de uns dois dias, começou a falta de ar. Esses foram os principais sintomas que eu tive", relatou.   Camila lembra que, para matar a saudade da filha, de 6 anos, nessas duas semanas de isolamento, recorreu a chamadas de vídeo, pelo celular, e até mesmo conversas pela janela. Segundo a operadora de caixa, as duas sempre dividiram o mesmo quarto.   "O difícil é a solidão, a distância da família. Você estar ali sozinha, não tem muito o que fazer. O medo é de passar para os meus pais, que são hipertensos, para a minha filha, que é criança, minha irmã, que é uma adolescente. A gente tem esse medo, porque a gente não sabe como se comporta esse vírus. Então a gente fica meio assustado", afirmou.   Para que ninguém mais fosse infectado, foi preciso mudar a rotina da família. Camila só saía para ir ao banheiro e passou a receber as refeições na porta do quarto. A mãe dela, Maria Nilse Dettman, de 47 anos, era quem levava o prato.   "Era tudo separado. Aí eram dois ou três talheres, dois, três ou quatro copos, uns três ou quatro pratos. Até mesmo porta de banheiro, a porta do quarto dela eu também [higienizava]. Assim que ela ia no banheiro ou alguma coisa assim — ela s´o saía mesmo para ir ao banheiro. Aí quando ela entrava, eu, de máscara, borrifava tudo", contou.   Por causa dos cuidados tomados, ninguém mais na família apresentou os sintomas da covid-19. Terminado o período de isolamento, Camila finalmente pôde abraçar a filha de novo.   "Foi muito emocionante! A primeira pessoa que eu abracei foi ela e ela o tempo todo: 'posso te abraçar, mamãe, posso te abraçar'? E foi aquela emoção. Nós duas choramos muito na hora, foi muito emocionante. Parece que foi o melhor abraço que eu já senti na minha vida, foi muito bom", lembrou.   Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV  Fonte: Folha Vitória < Voltar