Condomínios: férias exigem um up de segurança
Nas festas e férias de fim de ano, as garagens vazias dos condomínios denunciam a ausência dos moradores.
Há quem emende o Natal só volte para casa no fim de janeiro, outros saem depois, mas voltam só depois do Carnaval. Seja como for, planejar essa ausência é tão importante quanto acertar o roteiro de viagem.
Seguradoras estimam que o número de vazamentos e problemas elétricos aumente até 25%, nesta época do ano, porque as pessoas saem de casa sem fazer a manutenção ou desligar sistemas com risco de curto circuito. Há também o aumento do volume de invasores que podem vandalizar o imóvel e roubar objetos e dinheiro da família ausente. Na dúvida, mantenha o pagamento do seguro, em dia.
Para evitar transtornos, quem mora em uma casa ou sobrado deve ficar atento a regras simples de segurança patrimonial que ajudam a disfarçar a temporada fora de casa. A primeira dica é manter a campainha desligada, porque pessoas mal intencionadas podem usá-la para checar se há pessoas na casa. Luzes acesas o dia todo são uma evidência de casa vazia, então, se não puder contar com temporizadores ou sensores programados de acendimento de luzes externas, peça ajuda de um parente ou vizinho de confiança. A mesma pessoa pode recolher a correspondência e manter a frente da casa em ordem.
Alarmes e sensores de movimento devem ser testados antes de sair de férias. Outra medida preventiva é desligar aparelhos elétricos e eletrônicos da tomada, checar se não há vazamentos (pode-se fechar o registro de água e o de gás), verificar trancas e travas nas portas e janelas. Caso prefira, deixe alguém “morando” na residência até a volta da família.
No condomínio
Também no fim de ano, a movimentação de entrada de pessoas e encomendas nas portarias de prédios e condomínios horizontais aumenta bastante. Há gente nova, familiares e hóspedes dos moradores. Ao mesmo tempo, boa parte dos moradores está fora e, nesse vai e vem de visitantes, há o aumento do risco de invasão de uma ou outra unidade por pessoas que aproveitam a distração dos porteiros ou má fé de funcionários das unidades ou do próprio condomínio.
Especialista em condomínios, Amilton Saraiva afirma que é necessário cuidado redobrado com a entrada de pessoas na portaria. “Os que receberão amigos e familiares em casa devem entregar uma lista na portaria com os nomes, para que sejam melhores identificados, e mesmo assim, quando chegarem devem ser anunciados pelo porteiro”, afirma.
Saraiva destaca ainda que os entregadores não podem ter acesso à área interna se o morador não estiver ou não autorizar.Orientar essa movimentação cabe aos profissionais de portarias que devem estar mais atentos e ser ágeis para impedir que a grande movimentação se torne um risco para o condomínio.
Seja discreto
Uma orientação que cabe à todos, inclusive quem mora me imóveis fora dos condomínios, é manter a discrição. Mantenha a privacidade sobre os detalhes da viagem: local, data de saída ou chegada. A justificativa é que esse tipo de informação pode vazar seja por um comentário de vizinhos ou funcionários da residência. Eles podem, inocentemente, comentar com alguém de fora que pode não ser uma pessoa bem intencionada.
Para quem mora em condomínios, as providências de segurança são as mesmas da residência, mas também é importante avisar o zelador previamente informado e o condômino também deve fazer uma autorização, caso queira que alguma pessoa, ou empregado entre no apartamento ou casa durante a ausência.
Gente de confiança
O profissional de portaria mais antigo conhece a rotina do condomínio e certamente notará a ausência de algum morador, mas um temporário não. Por isso, é recomendável que os porteiros sejam contratados através de empresa terceirizada confiável, que ofereça um treinamento especializado de atendimento, discrição e segurança preventiva.
Saraiva diz ainda que a empresa especializada nesse tipo de mão de obra leva essa particularidade em conta e só vai contratar um substituto depois de verificar o histórico profissional e pessoal do porteiro, inclusive os antecedentes criminais, conduta e indicação. Assim, diminui-se o risco de que uma pessoa com falsas referências seja contratada .
ANTECIPE OS PRINCIPAIS ERROS DE CONDUTA
O aumento no número de assaltos a condomínios e a criatividade dos bandidos têm desafiado não apenas as autoridades, mas quem administra ou guarda residências e condomínios. Para Newton Nunes, diretor de Condomínios, o disfarce tem se tornado uma estratégia frequente. O bandido veste o uniforme de funcionário do condomínio ou de alguma empresa prestadora de serviço, pode se transfigurar de entregador, e vai buscar o acesso mais fácil aos apartamentos. Entregadores de gás, encanadores e até funcionários de organizações de caridade são personagens utilizados, revela. “Orientamos os porteiros sobre a importância de cobrar identificação de todos os entregadores e mensageiros antes de abrir o portão. O responsável pela segurança jamais pode permitir a entrada de desconhecidos antes de pedir autorização para o morador”, explica.
Para facilitar a organização na portaria, Nunes orienta os porteiros para que conheçam todos os moradores e que, quando outras pessoas circularem no condomínio, sejam primeiro liberadas pelos moradores, depois os nomes e documentos de identidade devem ser anotados em um caderno. Isso vale até para qualquer entregador ou profissional que terá acesso ao apartamento. Pode-se até exigir a apresentação do RG.
Os profissionais trabalhando temporariamente no prédio (instaladores, operários, eletricistas, etc.) devem ser identificados e acompanhados por pessoas de confiança, como o zelador ou moradores.
“Os porteiros não devem assumir o papel de herói porque colocam a vida em risco e podem prejudicar mais ainda a segurança dos moradores. Eles devem ter acesso a um telefone para acionar a polícia via 190 ou o sistema de segurança do condomínio”.
Fonte: Viva o Condomínio
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